O que é recriacionismo Atividades Armas Equipamentos de proteção Escudos Vestimentas |
Além dos equipamentos e utensílios, o que mais caracteriza um período e uma região específicos é a "moda" corrente. Apesar de parecer um simples detalhe para alguns, tal aspecto nos mostra não apenas uma preferência estética, mas uma necessidade, um produto de avanços tecnológicos, preferências práticas e acima de tudo, uma identidade.
Assim, dentro do Escudo dos Vales, prezamos pela aparência e autenticidade daquilo que nossos membros vestem em eventos para que possam, de fato, se sentir como um homem daquela época se sentia em qualquer ato simples, como sentar ou fazer suas necessidades. Além, é claro, de trazer esse mundo quase esquecido à tona com ainda mais vigor.
Tecidos
Todo e qualquer produto textil era feito na época à partir de duas fontes principais: o linho e a lã. Eventualmente, seda era trazida do Oriente e eram tidas como artigos de luxo. Ao contrário do que se pensa, os tecidos não eram grosseiros ou mal feitos, se assemelhando em muito aos tecidos produzidos hoje com os mesmos materiais.
Em nosso grupo, portanto, as roupas devem ser preferencialmente de linho ou lã. No entanto, abrimos uma excessão a um tecido misto de linho com viscose. O motivo dessa excessão é que o tecido resultante é bastante parecido com um tecido de linho puro, mas custa um quarto de seu valor. Inevitavelmente, em apresentações, as roupas rasgam. Em demonstrações de forja ou perto de fogueira, elas podem ser danificadas com pequenos furos causados por fagulhas e às vezes podem ficar presas em alguma ponta e simplesmente abrir. Portanto, uma solução menos dispendiosa para as roupas é bastante bem vinda, embora essa seja a única que permitimos.
Todos os tecidos devem ser aprovados pelos líderes do grupo, pois existem tecidos vendidos como linho que, ou não o são de fato ou são delicados e finos de mais para o que fazemos.
A seda é de uso restrito, podendo utilizá-la apenas aqueles que possuam equipamentos e acessórios que indiquem riqueza, uma vez que pouquíssimas pessoas tinham acesso a esse material devido ao seu alto custo.
Cores
Qualquer cor obtida através de tingimentos naturais podem ser usadas, lembrando que, para isto, o tecido deve ser branco ou preferencialmente cru. Cores como o preto eram impossíveis de ser obtidas na época, chegando, no máximo, a um cinza bastante escuro ou um "preto desbotado".
Vestimentas
Roupas masculinas:
As roupas usadas pelos homens durante todo o nosso período são bastante parecidas no que diz respeito aos componentes, tendo variações regionais específicas que invariavelmente indicavam suas origens e seu status na sociedade.
Basicamente a vestimenta do homem era composta por túnica, calças, sapatos, cinto e bolsa/algibeira. Era comum também que portassem pelo menos uma faca, que serviria principalmente como ferramenta e utensílio doméstico ou, em hipóteses extremas, como arma. Além disso, a posição social do homem era indicada por adornos ou roupas mais elaboradas.
Também eram usados casacos/kaftans, mantos/capas, chapéus, gorros e tudo o mais, mas de qualquer forma, todo e qualquer homem livre se vestiria com o que foi descrito anteriormente.
Túnicas
Túnica masculina simples |
Apesar disso, existem diferentes "cortes" que alcançavam o mesmo efeito, fossem feitos por falta de recursos para obter uma peça de tecido maior, fosse por algum gosto especial do usuário. Existem túnicas com cortes bastante curiosos, como a de Vyborg, feita de vários pedaços pequenos de tecido. Além disso, também existem túnicas com aberturas frontais ou laterias, túnicas curtas, longas, com duas ou quatro nesgas, "limpas" ou decoradas e por aí vai.
O modelo de túnica aqui indicado é um modelo simples, mas bastante comum no período inteiro. Não possui aberturas frontais ou laterais, tem duas nesgas e uma gola aberta.
Para tirar as medidas, a numeração é a seguinte:
Moldes da túnica |
2 - A altura da túnica. Vai do ombro até onde a deseja, geralmente entre o quadril e os joelhos. Quanto maior o comprimento da túnica, provavelmente maior as posses de quem a vestia.
3 - Abertura da manga. Mais ou menos o mesmo de uma camiseta contemporânea, onde há a costura da manga com o dorso.
4 - Comprimento da manga. A distância do ombro até onde se deseja que vá a manga, geralmente qualquer lugar entre o punho e o cotovelo.
5 - O punho. A circunferência do punho fechado. Não é comum ver túnicas com mangas muito abertas, então é basicamente o suficiente para que a mão passe com uma folga mínima.
6 - Largura da nesga. As nesgas são triângulos que aumentam a circunferência da barra da túnica. A largura dela é bastante variável, mas deve, juntamente com a largura da peça no todo, permitir uma boa mobilidade para quem a veste. Recomendável usar, pelo menos, uns 20cm nas túnicas mais curtas e uns 30 nas mais longas.
7 - Altura da nesga. Também variável, indo da barra até a altura da cintura, dependendo do comprimento total da peça.
8/9 - Esses quadrados vão logo abaixo da manga, na região das axilas. Servem para permitir um maior movimento do braço sem rasgar a roupa. A medida não é arbitrária, mas funciona bem tendo algo entre 10 e 15cm.
A gola também possui uma medida que varia de acordo com o formato. É importante frisar que não existem achados com túnicas laçadas, como cadarços. Assim como outras peças do vestuário, existem túnicas ricamente decoradas com "weavings", tiras de tecido feitas para enfeitar roupas, geralmente feitos de lã. Pessoas de alta classe social utilizavam cores mais vivas e muitos desses weavings, ou mesmo apliques de tecidos importados, como algodão e seda, enquanto os mais humildes e escravos utilizariam cores fracas/desbotadas ou mesmo tecidos crus, sem o uso de adornos.
Calças
Em construção.
Sapatos
Em construção.