Equipamentos de proteção



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O Escudo dos Vales exige que todos os equipamentos utilizados por seus membros estejam de acordo com a época e região recriados. No entanto, viabilidade e segurança são palavras recorrentes quando o tema é "proteção", portanto, algumas soluções não autênticas podem ser estudadas para garantir a integridade dos membros, desde que comunicadas e aceitas pelos membros responsáveis.

Restringimos, assim, o uso de equipamentos muito alheios à região do báltico, como aqueles provenientes da Ásia (com algumas exceções) e da África. Além disso, características marcadamente mediterrânicas também não são permitidas. Tudo isso sem falar da barreira cronológica, já que não permitimos, por exemplo, equipamentos e trajes característicos de séculos posteriores ou muito anteriores, com as devidas exceções sendo descritas em cada item.

Cota de malha

No grupo só são permitidas cotas feitas no padrão 4x1 europeu, sem exceção.
A cota deve sempre ter forma de camisa ou túnica e pode possuir mangas ou não, mas o ideal é que, se houver, sejam sempre até o cotovelo, não devendo ir até os pulsos. É recomendado que a malha tenha expansões e contrações para melhorar a movimentação do usuário, mas isso não é obrigatório.
Não deve ser longa o bastante para ultrapassar os joelhos, mas o ideal é que seja até a altura das coxas.
As argolas devem ter, no máximo, 1,2cm de diâmetro interno. Elas devem ser feitas de ferro, não podendo ser de alumínio, aço inox ou outros metais, por exemplo, a não ser em detalhes nas bordas, jamais devendo possuir desenhos e símbolos feitos com outras cores de argola. Para a maioria das argolas, apenas permitimos arame recozido ou zincado/galvanizado, sendo as argolas anodizadas proibidas (a não ser para detalhes), a menos que sejam expostas a algum ácido que remova essa camada.
É permitido, também, que haja couro ao redor das bordas.
Não é permitido que haja coifa acoplada à cota, nem proteções de malha nas pernas.
Apesar de haver apenas um achado com uma camisa de malha na Escandinávia durante a Era Viking, é sabido por iluminuras, leis e relatos da época que elas eram usadas em uma escala razoável, ainda que apenas entre aqueles com recursos suficientes para adquirí-las.

Armadura de escamas

São permitidas escamas de ferro, bronze, latão, chifre e couro, somente. Caso sejam feitas de metal, as escamas devem ter entre 0,5mm e 0,8mm. Ainda que hajam achados de outros períodos e lugares com uma variação muito maior, essas medidas são ideais para a manutenção e peso. No caso de serem de couro, o couro deve ser naturalmente tratado e o tingimento pode ser feito com tintas sintéticas para couro, embora o tratamento com cera quente seja mais apropriado (e caro). O tingimento ou tratamento térmico do couro é aconselhado para evitar o acúmulo de umidade. Qualquer tinta, no entanto, deve ser aprovada pelos membros do grupo para que as peças ainda pareçam autênticas.
Não devem ter mangas, embora ombreiras sejam permitidas. Além disso, proteções adicionais para as coxas são aceitas.
As escamas devem ter entre 1,5cm x 3cm e 3cm x 6cm, por uma questão funcional e estética, embora, dependendo do caso, possam haver escamas menores ou maiores.
Não existem achados de armaduras de escamas na Escandinávia do período, no entanto existem relatos nas sagas do que poderiam ser armaduras desse tipo (Spangabrynja) e leis carolíngias proibindo a venda das mesmas aos nórdicos, indicando que a prática era comum.

Armadura lamelar

As lamelas devem ser de couro, chifre, latão, bronze ou ferro. No caso de serem de couro, as regras são as mesmas para as armaduras de escamas. Se forem de algum metal, o ideal é que sejam de 0,8mm à 1,2mm, sendo as de 1mm o ideal.
O tamanho e formato de cada peça pode variar e devem ser consultados com os membros do grupo, por motivos explicados à seguir.
As amarras, por serem usualmente de couro, podem se danificar com golpes ou com o movimento das peças, especialmente as de metal, portanto, a manutenção de uma armadura como essa pode ser recorrente. Além do mais, ela resiste bem a impactos pontuais, como estocadas, mas golpes de machado ou espadas com alguma força, vão amassar as lamelas de metal com frequência.
As únicas lamelas encontradas no período correto, na área correta, são as peças de Birka. Não há nenhuma evidência de que tenham sido produzidas na Escandinávia e há um consenso de que tenham origem bizantina. As lamelares eram bastante comuns na Ásia já antes da Era Viking, principalmente nas estepes e os Rus passaram a usá-las com alguma significância na época das invasões mongóis. O longo período de uso dessas proteções indicam uma preferência por elas, lembrando que até os samurai japoneses usavam armaduras feitas como as lamelares.
No entanto, nenhuma dessas peças, excetuando algumas turco-mongóis, eram de outros materiais que não de algum metal. Mesmo assim, permitimos lamelares de couro ou chifre, por uma questão de praticidade, viabilidade e durabilidade.
O formato e tamanho das peças, entretanto, deve ao menos parecer com os das lamelas achadas em Birka, pois de outra forma podería-se confundir o estilo da armadura com algo especificamente asiático, o que não é a intenção do grupo.

Gambeson/Acolchoada

No grupo permitimos o uso de qualquer gambeson, desde que pareça autêntico para o período (isso inclui a cor e a trama dos tecidos). Tecidos sintéticos devem ser evitados, a menos que não sejam visíveis. Usar apenas uma sobretúnica de couro por cima da roupa também pode ser uma opção.
Qualquer material pode ser usado como estofamento, incluindo mantas acrílicas, algodão ou espumas, uma vez que não ficam expostos.
Apesar de não haver nenhum achado que comprove a existência de túnicas acolchoadas no período, é sabido que elas existiam antes e também depois da Era Viking. Além disso, existem gravuras e outras imagens do período que corroboram com a hipótese de que os vikings, de fato, usavam tais peças.

Braceletes e luvas

Qualquer bracelete de couro que aparente ser do período é aceito. Isso quer dizer que, apesar de alguns desenhos serem admitidos, enfeites, cores não naturais, temas atuais e afins são expressamente proibidos.
Também são permitidos braceletes com tiras de ferro, desde que sejam espaçadas e não ultrapassem 2cm de largura. O bracelete deve ser resistente o bastante para receber um golpe sem prejudicar o lutador.
Luvas devem parecer do período, ainda que sejam luvas de couro comuns com reforços.
Apesar de não haver registro sobre luvas e braceletes sendo usados na época, o uso dos mesmos é obrigatório, pelo menos no braço da espada. Em ambos caso o lutador não esteja usando um escudo.

Elmos

No grupo permitimos o uso de alguns modelos de elmo além daqueles encontrados na Escandinávia.
Elmos anglo-saxões como os de Coopergate, Sutton Hoo e Pioneer não são aceitos.
Elmos eslavos, com ou sem naseira são permitidos, no entanto, são preferíveis os com naseira, pois nossas lutas permitem golpes na cabeça.
Elmos cônicos ou "Normandos" com naseira são aceitos, sejam spangen ou não.
Coifas são permitidas, desde que haja uma touca acolchoada por baixo.
Apenas um elmo foi encontrado na região nesse período, o elmo de Gjermundbu. Apesar disso, também foram encontrados na Dinamarca, Suécia e Rússia pedaços que, provavelmente, pertenciam a elmos de modelos similares. Isso, claro, sem contar os elmos do período pré-viking na Suécia. Permitimos o uso de alguns desses elmos pré-vikings pois além de seus modelos serem parecidos com os posteriores, é improvável que alguém deixasse de usá-los só por "saírem de moda". Sendo assim, quase qualquer elmo com "viseira" pode ser usado, desde que esta pareça autência pro período.
A maioria dos elmos permite que seja adicionado um "avental" de malha. Apesar de não obrigatórios, eles garantem a segurança dos lutadores.
Placas faciais (de bochecha) devem ser evitadas, já que não eram comuns na Escandinávia, ainda que a iconografia do período pré-viking as represente nitidamente.

Outras proteções

Por baixo da roupa é extremamente recomendado que sejam usadas joelheiras, caneleiras, coquilha e qualquer outra peça de proteção que não seja visível.
Como há a possibilidade de se usar calças como as dos Rus, não há problema em esconder alguns equipamentos, mas no caso de calças mais justas, a proteção deve ser adaptada.
Também é recomendado o uso de protetores para os dentes. Ninguém quer ganhar uma janela no meio do sorriso quando se diverte com amigos.
Nenhuma dessas proteções adicionais é obrigatória, mas elas evitam que uma série de lesões desnecessárias sejam causadas.